"Se não é pela arte, pra que a alma pesando o corpo?" - Caio Soh

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Belém

Lá vem a santa pelas ruas largas de Bélem.
Fé e suor na procissão.
E como é preciso ter fé,
segurar na corda como se fosse a mão da própria santa.
Casinhas, barquinhos, povo.
A vida em Miriti.
O corpo parece mais leve depois da passagem da santa.
Como se fôssemos feitos de miriti.
A tradição, raiz, o coração do país.
Tucupi, tipiti, açaí, miriti, buriti.
Tacaca, taperebá, vatapá.
Caruru e cupuaçú.
"Vamos ali ver-o-peso"
Outro mundo dentro do mundo.
Outro eu dentro de mim mesma.
A vida me leva como a corda da santa,
minha vida se esbarra com as vidas alheias, as mãos que seguram a corda.
E preciso ter fé.
Lá vai a santa pelas ruas largas de Belém.
Puxando a eterna procissão da vida.

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