"Se não é pela arte, pra que a alma pesando o corpo?" - Caio Soh

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Abraços Partidos

Deixa-se os braços abertos e espera-se que seja suficiente
Mas nunca é. Nunca será suficiente.
Fecho meus olhos e espero que meu corpo o sinta.
Minha pele nua espera...
Não se sabe o que. É a espera incessante.
Angústia, angustiante.
O desejo e o prazer se encontram, mas não faz parte de mim.
Me debruço e me debato em angústia.
Meu corpo mutilado se reflete no espelho escuro.
As sombras engolem meu ser, bebem meu corpo no gargalo seco.
Não tenho mais para dar, já acabei-me em mim.
Doar-se é como permanecer com os braços abertos
É aquela espera incessante.
É padecer em corpo sem alma nem coração,
Para se viver em corpos alheios.
São mortes e vidas dentro de uma mesma vida.
Morrer em mim aquilo que desgosto.
Para recriar-me cada vez mais paixão e espera.
Incessantemente...