"Se não é pela arte, pra que a alma pesando o corpo?" - Caio Soh

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Solidão

Eu sufoco.
Respiro novamente o ar tóxico.
Eu sei que é tóxico, mas mesmo assim respiro.
É como se eu soubesse que há morte na esquina, mas ainda assim resolvesse que é uma boa ideia contorná-la.
Há vício na esquina.
Vou sufocando as palavras que sei que nunca poderei falar.
O incompreensível abraça a negação
E a falta, o vazio, o tóxico vêm.
Não sei como não me intoxicar.
O ar é doce, novo, ingênuo,
mas eu sei que o ar não me pertence,
por isso volto ao vício, ao ar viciado.
E sufoco.
O ar me escapa como já havia escapado antes outras vezes.
Mas já havia desacostumado com a falta.
Essa falta que corrói.
Será que escolhi sufocar dentro de mim mesma?
Será que sou louca por escolher sufocar?
Quem está aí? Há alguém aí?
Estou só.
E isso me sufoca.

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